Doenças

 

 

 

Os porquinhos-da-índia são animais resistentes às doenças porém, é muito importante fazer exame periódico verificando o aspecto e a sanidade dos animais. Muitas das doenças provem do manejo errado: da falta de higiene nos alojamentos, superpopulação, ambientes com pouca ventilação ou temperaturas elevadas, correntes de ar e ainda alimentação inadequada.  A melhor prevenção é conservando as instalações limpas, bem ventiladas e fazer a verificação periódica nos animais, afastando também certos males como piolho, sarna e vermes. Não esquecer de colocar em quarentena qualquer novo animal introduzido na criação e manter uma alimentação fresca e balanceada.  Normalmente quando o animal está doente ele se torna triste e seus pêlos ficam secos e arrepiados. Dentre as enfermidades que podem eventualmente aparecer numa criação estão as seguintes:

 

BACTERIANAS

1 - Salmonelose: produzida pela Salmonella thyphimurium (a mais comum, ainda que também por outros tipos de Salmonella com sintomatologia muito similar). É uma enfermidade que se difunde rapidamente produzindo alta mortalidade, principalmente para os animais em crescimento. É provavelmente a mais letal de todas as enfermidades dos porquinhos-da-índia.  
2 - Pseudo tuberculose: Produzida pela P. pseudo tuberculosis. É uma enfermidade crónica caracterizada por nódulos sebosos, especialmente nódulos linfáticos e vísceras. Geralmente é contraída pela boca.  As lesões individuais iniciam-se com pequenos focos necróticos que vão aumentando de tamanho até sobressaírem na superfície do órgão ou glândula e quando cortados apresentam um pus fluido, espesso e cremoso.  
3 - Pneumonia: Enfermidade respiratória causada por bactérias, provavelmente a mais comum, principalmente em se tratando dos porquinhos-da-índia de laboratório. Produzida pela Klebsilla pneumaniae, Pasteurella Multocida, Bordetella bronchiseptica, Streptococcus pyogenes e pneumonice. Os sintomas são espirros, olhos lacrimejantes, tosse, além do decaimento do animal. É uma enfermidade contagiosa, sendo necessária a separação dos animais afectados e às vezes até a destruição da colónia e um recomeço com um novo grupo de animais.
4 - Abscessos subcutâneos: Enfermidades também comuns nos porquinhos-da-índia, causadas por qualquer um dos variados géneros de bactérias.          5 -Linfoadenite cervical: Também bastante comum, é causada pelo Streptobacillus moniliformes ou Streptococcus.


VIRAIS

1 - Adenite Salival:  Inflamação e irritação das glândulas salivares, também conhecida como parotidite. A enfermidade é simples e o animal se recupera completamente entre 7 e 14 dias.  
2 - Coreomeningite:  Raramente ocorre em porquinhos-da-índia.  
3 - Paralisia Infecciosa:  Debilidade e paralisia gradual das extremidades, especialmente dos membros traseiros, podendo-se também paralisar a bexiga.  
4 - Miosite Infecciosa:  Inflamação e edema nas patas traseiras. Não se sabe ao certo qual o vírus que a produz, podendo ser de origem dietética ou hereditária.

PARASITÁRIAS

Nos porquinhos-da-índia é muito difícil o aparecimento de parasitas internos, mesmo para os animais domésticos, geralmente criados no chão. Já os ectoparasitas, ou seja, parasitas externos, são encontrados com facilidade inclusive em animais de laboratório.

 

ENTRE OS MAIS COMUNS ESTÃO:  


1 - Piolhos - Vivem sobre as escamas da pele, causando irritações consideráveis. Geralmente aglomeram-se ao redor das orelhas e ocasionam áreas peladas em consequência das picadas. É muito difícil a eliminação completa dos piolhos, mas são controlados através de submersão e pulverização com insecticidas apropriados.
2 - Ácaros e insectos: Os animais criados em laboratórios raramente são infestados por ácaros. Porém quando a criação é doméstica os porquinhos-da-índia estão mais propensos ao ataque dos parasitas. O controlo é fácil e realizado através de submersão e pulverização em solução sarnicida e insecticida, as quais, se usadas em dosagem correcta, não provocam nenhum tipo de toxidade aos animais.

CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS 
1 - Coccideose: Os protozoários vivem no intestino e aí se reproduzem com velocidade, matando células epiteliais e deixando uma superfície ulcerada, inchada e sangrando, não permitindo que o intestino funcione normalmente.
Os animais recuperados normalmente são imunes, mas são portadores e a transmissão se dá pelas fezes de outros animais da mesma espécie.

CAUSADOS POR FUNGOS
1 - Mucormicose: Um mofo concentrado sobre o feno e ferragem. Os únicos sintomas geralmente observados são causados por infecção dos nódulos linfáticos do mesentério pelo fungo, dando origem a uma grande massa benigna no abdómen.

CARÊNCIAS 
1 - Escorbuto: é a deficiência da Vitamina C. O escorbuto provoca um transtorno no tecido conjuntivo produzindo hemorragias, especialmente ao redor das costelas e articulações, assim como rigidez nas partes traseiras com inflamação e hemorragia na planta das patas. Os principais sintomas são dificuldade para andar, perda de peso constante e pêlo sem brilho. Com o tempo aparecem articulações inflamadas e gengivas sangrando ao redor dos dentes soltos.

 

Se você identificar alguns destes sinais no seu bichinho o melhor a fazer é separá-lo dos demais, a fim de evitar possíveis contaminações, e levá-lo a um veterinário especializado (em geral, nas faculdades de veterinária sempre há  alguém especializado em animais silvestres e de laboratório).
Animais criados em ambientes mal ventilados e com higiene precária estão mais sujeitos a acabarem doentes. Alimentação inadequada também é uma importante ameaça a saúde do animal.

 

 

 

Perda de pêlos

Uma causa comum da perda de pêlos em porquinhos-da-índia é os piolhos e a sarna. Se o animal estiver perdendo pêlo no corpo todo, se coçar e apresentar feridas a causa pode ser por esses parasitas.

Carência de vitamina C (escorbuto) também pode ocasionar perda de pêlos.

Fêmeas que acabaram de dar à luz e em lactação frequentemente perdem pêlos, que pode ser por stress ou por deficiência de minerais e proteínas. Algumas gotas de vitaminas dadas aos porquinhos por via oral ajudam na prevenção e na melhoria.

Se a perda de pêlos for localizada e de formato circular então pode ser micose.

Se for uma fêmea e a perda de pêlos for bilateral pode ser um quisto no ovário.

 

Comer pêlos

Alguns animais desenvolvem o hábito de comer o próprio pêlo ou o de outros porquinhos que vivem junto com ele.
Não se sabe bem porque fazem isso; há quem diga que seria uma deficiência protéica ou mineral, mas em muitos casos os animais desenvolvem esse hábito mesmo recebendo alimentação balanceada.
Infelizmente não há muito o que possa ser feito além de melhorar a alimentação dos animais, porém nem sempre isso surte efeito.

 

Tosse/espirros

Esses são sintomas típicos de infecções do trato respiratório. Considerando que são geralmente graves em porquinhos-da-índia e podem levar à morte em poucos dias, é necessário que se inicie o tratamento o mais cedo possível.
Para prevenir, nuca deixe o animal em locais com muito vento e proteja-o do frio.

 

Dificuldade para urinar

Se o animal chora ao urinar e somente consegue eliminar poucas gotas de urina ele pode estar com uma infecção urinária ou cálculo urinário (em geral na bexiga). Também pode acontecer de a urina se apresentar sanguinolenta. Mais raramente, pode ser resultado de neoplasias (tumores).
Se for o caso de uma cistite o animal terá que tomar antibióticos. Se for pedra essas podem acabar saindo sozinhas, mas pode ser necessárias que sejam removidas cirurgicamente. Sabe-se que dietas ricas em cálcio e vitamina D (como cenoura e frutas/raízes em excesso) podem levar à formação de pedras nos rins.

De qualquer modo, o melhor é consultar um veterinário para ver a causa exacta e o melhor tratamento para o caso.

 

Anorexia

Os porquinhos podem se recusar a comer por diversas razões.

Se ele parecer saudável a primeira coisa a se olhar são os dentes. Dentes quebrados são frequente causa de anorexia, mas como estes crescem de novo rapidamente não chegam a causar maiores danos.  
Problemas de má oclusão dentária (muitas vezes hereditária) levam ao crescimento irregular dos dentes podendo impedir o animal de se alimentar. O tratamento se dá através do desgaste artificial dos dentes por um veterinário ou até a retirada de alguns dentes.

O escorbuto também pode causar anorexia, uma vez que causa a inflamação das gengivas e o animal sente dor ao se alimentar.

Animais muito doentes frequentemente param de se alimentar.

 

Perda de peso

Os porquinhos podem perder peso apesar de continuarem comendo bem se apresentarem insuficiência renal (principalmente animais idosos), escorbuto, vermes intestinais, neoplasias ou doenças infecciosas.

 

Quebra/perda de dentes

Os porquinhos podem quebrar ou perder os dentes devido a quedas, brigas ou por roerem coisas duras, como as grades da gaiola. Felizmente os dentes crescem de novo e dentro de uma ou duas semanas tudo deverá voltar ao normal.  
Se o animal estiver com dificuldade para comer, forneça alimentos bem picadinhos até que o dente cresça novamente.

Falta de vitamina C também pode levar à queda dos dentes, por inflamar a gengiva e deixar os dentes mais soltos.

 

Fracturas

Os animais alojados em gaiolas com piso de arame frequentemente prendem as patinhas entre as grades e podem quebrá-las ao tentar se livrar.

Os porquinhos podem quebrar as patinhas se caem no chão de alturas muito grandes ou até quebrar a coluna.  

Patas quebradas em geral se curam sozinhas, mas talvez o animal fique mancando para o resto da vida. Se a fractura for grave pode ser necessária uma cirurgia para reparar os danos.

Fracturas na coluna podem deixar o animal paralítico e pode ser necessário a realização de eutanásia.

 

Machucados nas patas

Os porquinhos podem desenvolver uma doença chamada pododermatite, que se caracteriza por ulcerações na sola dos pés. A causa do problema geralmente é uma bactéria (Staphylococcus aureus).

As patinhas devem ser limpas com uma solução anti-séptica e uma pomada com antibiótico deve ser aplicada. Antibióticos sistémicos também devem ser administrados.

A doença costuma se desenvolver em animais que vivem sobre pisos ásperos e sujos.

A podermatite é uma doença grave que pode evoluir para uma osteoartite e problemas no fígado, pâncreas, rins e supra-renal. Por isso deve ser tratada logo que se notar os sintomas.

Algumas micoses podem causar sintomas semelhantes, sendo então o tratamento a base de cremes anti-fúngicos.

 

Dificuldade para se locomover

A hipovitaminose C, que leva a inflamação das articulações é frequente causa de imobilidade, assim como algumas doenças sistémicas.
Fracturas da coluna, deficiência de vitamina E e osteoartrite também podem causar relutância ao movimento.

 

Secreções oculares

As secreções oculares representam sintomas inespecíficos  de doenças em cobaias. Pode ser uma conjuntivite infecciosa ou pode ocorrer associada a outros sintomas em casos de pneumonia, salmonelose, etc.

 

Defeitos congénitos

Deformidades congénitas são frequentemente associadas a cruzamentos consanguíneos sucessivos. Entre outros, pode ocorrer falta de membros e polidactilia.

Filhotes que nascem sem os olhos ou com globo oculares muito pequenos geralmente não sobrevivem por muito tempo, e costumam ser resultado da cruza entre dois porquinhos de pelagem dálmata ou ruana, uma vez que o gene dessas pelagens carrega consigo o gene da microftalmia. 

 

Infertilidade

Temperatura da ambiente elevada, deficiências nutricionais, stress, idade do animal é causas comuns de infertilidade.
Machos que são apresentados às fêmeas pela primeira vez com mais de um ano de idade podem ficar com o impulso sexual diminuído.

 

Abortos

As fêmeas podem abortar por stress, muita manipulação, por terem engravidado muito novas ou por auxiliarem outras fêmeas no parto, quando ingerem restos de placenta contendo oxitocina, que estimula contracções e podem adiantar o parto.
Em geral elas ficam bastante enfraquecidas após os abortos devem ficar sem cruzar por pelo menos 3 meses, para que possam se recuperar.

 

Piolhos

São facilmente identificados como pequenos pontinhos brancos, cinzas ou marrons na base dos pêlos, em geral mais concentrados na parte traseira do animal e atrás das orelhas. Alguns tipos de piolho não chegam a alterar a rotina diária do animal, não constituindo de qualquer forma um risco de vida. Outros, porém, podem ocasionar grandes áreas peladas. Como de esperado, um porquinho com piolhos irá se coçar constantemente, e na maioria das vezes isso representa mais uma incomodação do que uma ameaça.

O tratamento consiste em banhar o indivíduo afectado com tetmosol ou sabonete insecticida indicado para gatos. O sabonete tem que ser para gatos, pois são menos agressivos e menos tóxicos do que os usados em cães, pois gatos costumam lamber-se e invariavelmente acabarão ingerindo o veneno do sabonete.  Fêmeas que estejam em lactação deve-se cuidar na hora do banho para não passar o sabonete na  região das mamas, uma vez que os filhotes ao mamarem podem  ingerir o veneno do sabonete e morrerem.  

Provavelmente um único banho não será suficiente, recomenda-se que após uma semana dê-se outro banho. Se mesmo assim os piolhos não forem embora, continue dando um banho por semana até acabar com eles. Normalmente dois banhos são tudo o que precisam.

Porém o mais difícil é acabar com os parasitas das gaiolas e dos locais onde o animal costuma ficar. Para tal você deverá lavar muito bem tudo o que o animal tem contacto (com excepção dos potes de comida e água) com um desinfectante ou clorofina.

 

Micoses

A micose superficial (de pele) é uma das doenças de pele mais comuns em porquinhos-da-índia. Ocasionam uma área pelada, muitas vezes circular, mas pode não ter esse formato, e podem causar alguma coceira. São transmissíveis não só para outros porquinhos, como também para outros animais domésticos e seres humanos.

Felizmente têm cura. O tratamento envolve a aplicação de antifúngicos no local afectado, e a desinfecção do alojamento do animal. Pode demorar meses para que os sintomas desapareçam por completo, e o risco de reinfecção é alto, uma vez que é muito difícil esterilizar todo e qualquer local que o animal tenha entrado em contacto, além disso podem ficar esporos do fungo no ar.

 

Diarreia

A diarreia pode ter várias causas. Muitas vezes pode ser fatal, pois porquinhos-da-índia são animais pequenos e desidratam rapidamente. Também pode ser a consequência de uma infecção mais grave, portanto o melhor a fazer se o seu animal apresentar diarreia é consultar um veterinário assim que possível e trata-lo com antibiótico.

Infelizmente, no entanto, os antibióticos, especialmente os de largo espectro, acabam com a flora intestinal levando a mais uma diarreia.

Sabe-se que muitos vegetais e frutas podem causar diarreia, assim como mudanças na alimentação. Desse modo, tente lembrar o que o seu animal comeu de diferente, pois isso pode ser a causa de todo o mal, e pare imediatamente de fornecer-lhe tal coisa.

 

Infecções nos olhos

Podem ter inúmeras causas, podendo ser iniciadas por algum objecto estranho que tenha entrado no olho.
Os sintomas são semelhantes aos da conjuntivite humana: coçam muito os olhos, os quais acumulam secreções nos cantos. Em geral o animal ganha uma aparência sonolenta, pelo que fica com os lhos meio fechados. Pode ocorrer também o enrubescimento e inchaço do olho, o que indica caso grave.

Uma simples conjuntivite pode ser facilmente tratada com um colírio com antibiótico desses usados em humanos.
Problemas nos olhos devem ser tratados por veterinários.

 

Constipação

Ataca porquinhos-da-índia machos. Ocorre quando eles possuem uma dieta pobre em fibras. O que acontece é que as fezes endurecem dentro do ânus, causando dor. É necessário que as fezes sejam removidas utilizando óleo mineral para humedecer a região do ânus. Faça movimentos circulares com os dedos com o óleo até que as fezes saiam.
Para saber se o seu macho está constipado, segure-o colocando sua mão na região ventral e sinta com os dedos seus testículos. Se você sentir um endurecimento na bolsa escrotal, ele está com constipação.

 

Problemas respiratórios

São comuns em porquinhos-da-índia, podendo ser causados pelo frio ou stress.
Como problemas respiratórios podem indicar pneumonia, é necessário que se separe os animais doentes dos saudáveis, para não haver contaminações.

Resfriados causam espirros, secreção nasal, respiração ruidosa, olhos lacrimejantes e tosse. O tratamento deve ser feito com antibióticos, pois ao contrário dos humanos, seus resfriados são causados por bactérias, e não por vírus.

 

Enterite

Uma das maiores causas de morte entre porquinhos-da-índia. Enterite é a inflamação do intestino, e normalmente é consequência de infecções intestinais, devendo o animal ser tratado com antibióticos o mais cedo possível, tendo em vista a rapidez com que a doença pode levar ao óbito.
As enterites costumam vir acompanhadas de diarreias fortes e muitas vezes com odor fétido.

Animais desatentos e muito parados, que se recusam a comer e beber são suspeitos de enterite. Temperatura baixa também é um sintoma indicativo da doença.

Geralmente é causada por parasitas, antibióticos ou comida estragada. A prevenção se dá através da lavagem das verduras. Certifique-se que não fornecerá ração velha ou mofada para seus animais.

 

Abcessos subcutâneos

Comuns em porquinhos-da-índia, ocorre quando o animal leva uma mordida ou se machuca de alguma forma e o ferimento infecciona. Observa-se uma região inchada e dolorida ao toque, que muitas vezes é confundida com tumor. É necessário drenar o abcesso até que saia toda a massa purulenta nele contida. A região deve ser limpa diariamente com água oxigenada e deve-se aplicar uma pomada com antibiótico. Caso o animal não melhore ou o abcesso seja muito grande pode ser necessário levá-lo ao veterinário e dar-lhe um antibiótico via oral.  

 

Escorbuto

Os porquinhos-da-índia são os únicos animais além dos primatas a sofrer com a deficiência de vitamina C, pois não possuem a 1-gluconolactose oxidase, enzima necessária para sintetizar ácido ascórbico a partir da glicose.
Eles precisam de pelo menos 5 mg de vit C por dia.

A carência dessa vitamina causa hemorragias, principalmente ao redor das costelas e articulações. O animal apresenta dificuldades para caminhar, perde peso e seu pêlo fica opaco. Em casos mais graves ocorre também o sangramento da gengiva e dentes soltos, assim como articulações inflamadas, formação imperfeita dos ossos e fractura espontânea, formação dentária imperfeita.   A deficiência de vit C resulta de uma dieta inadequada. A ração para coelhos não possui ácido ascórbico, e mesmo a ração própria para porquinhos, que tem a vitamina, pode perdê-la com o tempo, pois a vit C é lábil ao calor e à luz.

A melhor forma de se prevenir o escorbuto é fornecer muitas verduras ricas em vit C ao seu animal. Sabe-se que uma das melhores verduras para isso é a couve, pois 100g de couve fornecem cerca de 115mg de vit C. Uma das piores é a alface, muito pobre nessa vitamina.

 

Quistos e tumores ovarianos

Tumores de ovário e útero são comuns em fêmeas mais velhas, e se forem benignos, podem não afectar grandemente a vida dos animais.
Fêmeas podem desenvolver cisto ovariano desde muito novas.  
A maneira mais fácil de se detectar o cisto é observar os quadris, que no caso de um cisto ovariano começam a ficar calvos dos dois lados.
Existe cura, mas infelizmente é através de cirurgia.  

 

Diabete

Pouco comum, mas pode ocorrer. Os sintomas são parecidos com o da diabete juvenil no homem. Aparentemente a causa é infecciosa, pois foram identificados vírus na urina e fezes de animais doentes. A doença é altamente contagiosa, pelo que se deve isolar os animais afectados ou suspeitos.
 

Salmonelose

A salmonelose é transmitida pela comida.
Os sintomas visíveis são enterite, mortes súbitas, anorexia e conjuntivite. Ao contrário dos seres humanos, nem sempre ocorre diarreia. Doença extremamente contagiosa, espalhando-se rapidamente pela criação, podendo levar a morte de todos os animais. Mais grave em indivíduos jovens e fêmeas grávidas.
É necessário levar o animal doente e os que já morreram ao veterinário para que seja feito o diagnóstico.
Em caso de resposta afirmativa, deve-se isolar os porquinhos doentes e lavar com desinfectante todo o ambiente em que ficam os animais.

 

Dentes excessivamente grandes

Na verdade não é uma doença. O fato é que os porquinhos-da-índia são roedores, e como tais, seus dentes incisivos crescem continuamente ao longo de toda sua vida, e se não tiverem nada para roer que possa gastá-los, os dentes acabarão ficando muito grandes, fazendo com que o animal encontre dificuldades na hora de se alimentar.

Pode-se cortar os dentes compridos com um alicate de unhas afiado e forte, o animal não sentirá nenhuma dor. Mas se você tiver dúvidas de em que altura cortar ou achar que não tem um alicate adequado, leve o porquinho a um veterinário, que cuidará do caso com facilidade.
 

Insuficiência renal

Quando os porquinhos-da-índia vão ficando velhos, a sua função renal vai sendo reduzida; assim, o rim não é mais capaz de filtrar adequadamente a urina. A urina fica menos concentrada, de maneira que eles urinam mais e precisam beber mais água para compensar. Também o rim perde a capacidade de reter as substâncias úteis ao organismo e excretar as ruins.

No início o animal consegue superar o problema  bebendo mais água, mas com o tempo o rim vai ficando cada vez pior, e cada vez mais proteínas importantes são excretadas na urina. Assim, o animal começa a emagrecer até ficar quase pele e osso, embora continue  se alimentando e muito activo.
Após, o animal para de beber, pois o rim já não pode mais excretar satisfatoriamente compostos como ácido úrico e sódio e o animal é “envenenado” pelo próprio corpo.

Infelizmente não há cura para a disfunção renal e nem se sabe como evitá-la; é considerada um sintoma normal da idade avançada e não há nada que se possa fazer a respeito.

 

Sarna

A sarna geralmente aparece em animais criados em más condições de higiene. O animal apresenta áreas sem pêlo, se coça bastante  e a pele fica avermelhada, com feridas e casquinhas. O tratamento é feito através de banhos semanais com sabonete tetmosol (encontrado em farmácias). Fêmeas que estejam em lactação deve-se cuidar na hora do banho para não passar o sabonete na  região das mamas, uma vez que os filhotes ao mamarem podem  ingerir o veneno do sabonete e morrerem.

A sarna não tratada pode enfraquecer o animal a tal ponto que ele acaba morrendo, por isso é tão importante que se trate logo o porquinho. É altamente contagiosa e os animais afectados devem ser separados dos demais, e a gaiola limpa com água sanitária.  
 

Lesões nas orelhas – Leishmaniose

A Leishmaniose cutânea dos porquinhos-da-índia é causada pelo protozoário Leishmania enrietti, que parasita os macrófagos do animal. O protozoário é transmitido pela picada do mosquito do gênero Lutzomyia spp. ou Phlebotomus spp., sendo por isso uma doença de ocorrência principalmente em animais criados ao ar livre. Costuma aparecer no verão, quando os mosquitos se encontram activos.  
A doença começa como uma inflamação no local da picada, em geral nas orelhas, e se transforma numa ferida crescente que não cicatriza. Algumas vezes a lesão pode formar grandes granulomas, ulcerados, que sangram. Apesar da aparência feia, o animal não sente coceira nem dor, e não parece se afectar, contínua se alimentando bem e continua activo.
Com o tempo, as lesões podem regredir sozinhas, se os animais forem protegidos de mosquitos. Algumas vezes, porém, a doença pode se disseminar e aparecerem vários nódulos pelo corpo. Actualmente, não há tratamento descrito para porquinhos da índia, porém a remoção cirúrgica das lesões parece ser curativa.
A Leshmaniose dos porquinhos-da-índia não tem carácter zoonótico, não passa para humanos nem para outros animais domésticos.

 

 

ANTIBIÓTICOS COM ATIVIDADE TÓXICA CONHECIDA EM PORQUINHOS-DA-ÍNDIA *

 

AMPICILINA
BACITRACINA
ERITROMICINA
LINCOMICINA
PENICILINA
STREPTOMICINA
TILOSINA
TETRACICLINA (pode ser ministrada desde que com muita cautela) 

 

OBS: os porquinhos-da-índia são muito sensíveis à antibióticos; mesmo os sem acção tóxica conhecida devem ser usados com certa cautela e com muito cuidado na dosagem. Juntamente com os antibióticos deve-se sempre fornecer um probiótico, a fim de evitar diarreia por desequilíbrio da flora intestinal do porquinho.